domingo, 9 de junho de 2013

Ambição - ou "Da persona meritocrática"

E todos nós vivemos inseridos dentro de uma lógica de sociedade que valoriza o crescimento, o desenvolvimento, o acúmulo, o aperfeiçoamento incessante do potencial humano.

É de suma importância ressaltar o advento das (r)evoluções industriais e o desenvolvimento das ciências naturais - e, principalmente, o acréscimo vertiginoso de crescimento no período pós-guerra - como grande protagonista desencadeador da oportunidade para a humanidade presenciar um imenso aumento de potencial de desenvolvimento, crescimento, ampliação de seus próprios atributos. A capacidade cada vez mais acessível de capacitação e (in)formação do sujeito.

Hoje todos nós podemos sonhar em sermos cada vez mais fortes, mais rápidos, vivermos mais, sermos cada vez mais aptos....graduados, mestres, doutores, pós-doutores.

E não apenas, sonhar, mas ser!

Hoje existe um acesso cada vez maior de oportunidades de acúmulo e aquisição de luxo e conforto.

Hoje é possível ser mais, hoje é possível ser sempre melhor.

Hoje o potencial evolutivo de desenvolvimento não tem limites de distância, credo, localização ou estrutura cultural.

Hoje podemos, diante do nosso esforço - cujo potencial é ignorado pela maioria dos acomodados integrantes da nossa sociedade - extrapolar todos os limites de desenvolvimento e potência do ser humano.

Hoje podemos, com trabalho duro e muito esforço, morar em mansões com um sem número de cômodos, dando vazão à nossa necessidade e direito de espaço vital conquistado às duras penas do nosso suor e do nosso trabalho; hoje podemos dirigir os carros mais velozes, dando abertura para nosso deslocamento cada vez mais eficaz e preciso dentro de nossos afazeres, interesses e obrigações; hoje podemos ter acesso à mais alta tecnologia, disponível para todo o mundo mediante o esforço necessário a tais conquistas, para darmos asas a todo o nosso insaciável potencial de abstração e desenvolvimento intelectivo.

Hoje podemos tudo e podemos mais.

Diante desse tudo, entretanto, e diante mesmo desse próprio mais, eu sinto ainda a necessidade de almejar algo ainda maior....

Diante de todo esse triunfo sem precedentes da história da humanidade, não consigo me conformar e confortar - sendo esse conformismo e conforto o atestado de estagnação do meu potencial de desenvolvimento - e não assumir para mim mesmo: eu quero mais.

Não nego e reafirmo: Quero mais!

Quero mais é que se foda

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Futebolisticamente falando...


Bola mundo, bola gigante, bola moinho, bola peão... Pera, parece que eu tô falando de maconha, mas a ideia era falar de futebol.....pera, tem alguma coisa errada.

Ah sim, o futebol. O que falar sobre o futebol? Eu nunca fui de jogar bola, passei de perneta a cavalo dos 8 aos 9 anos de idade e da última vez que entrei em campo, em 5min de linha, me mandaram pro gol. Um goleiro míope e sem óculos. Imaginem, apenas imaginem. Sem mais. Era são paulino porque a família também o era, mas a verdade é que nunca tive saco para ver 22 marmanjos correndo atrás do ponto branco no fundo verde. Nunca. Mas tinha preguiça de começar a explicação: “então, eu não torço pra time nenhum, porque acho um esporte sem sentido e que não me cativa, blablabla, wiskas sachê” então, quando me perguntavam para qual time eu torcia, simplesmente respondia “são paulo”, que normalmente vinha acompanhado de um sutil “viado é o caralho”. No fim da vida aprendi com meu avô [palmeirense aposentado] a resposta áurea: “não torço para o futebol, ninguém merece minha torcida. Torço mesmo é pro vôlei feminino, isso sim vale a pena”, ao que eu adicionei “de praia” ao esporte.

Mas eu resolvi, hoje, escrever sobre futebol. Não sobre memórias, comunidade LGBT ou meu avô. Fu-te-bol. Football. Soccer. O que me lembra o filme “Hooligans”. O filme fala sobre uma versão do Frodo [sim, o Bolseiro, que vai com o brother lá no alto da montanha queimar o anel e é perseguido por um tal de Gollum. Esse mesmo] que é expulso de Harvard por fingir que as drogas de seu colega de quarto eram suas. Ele vai pra Inglaterra e lá faz amizade com o cunhado da irmã [isso é genealogicamente complicado, então simplesmente aceitem], que é líder de torcida – pera, a ideia é estranha, mas é isso mesmo. Imaginem não a loirinha gostosa de roupinha colada, pompons coloridos e sem calcinha. Eu tô falando das torcidas organizadas inglesas, essa versão moderna de vikings escandinavos bêbados e violentos com um grande apelo argumentativo: a sola da bota na cara da torcida inimiga. No referido caso cinematográfico, o rapaz genealogicamente complexo era líder do “Green Street Elite”, seja lá demônios o que isso signifique. E pra quê eu tô falando tudo isso mesmo? Ah sim; “football” x “soccer”. Acontece que o pseudo-ex-frodo acaba entrando pro grupinho e no início do filme – SPOILER ALERT – apanha algumas vezes das torcidas inimigas. Ele quase sempre é salvo por seu “parente” e, numa dessas, ele – o parente – ao ouvir reclamações do “frodo” sobre todo esse frenesi só por causa desse tal de “soccer” [opinião da qual compartilho até hoje, por isso resolvi escrever sobre futebol] lhe retruca, com seu inglês britânico mais carregado do que seria uma imitação do Jamie Oliver feito pelo Hugh Laurie: “And for Christ sake, stop saying ‘soccer’. It’s ‘football’”.

Mas novamente, não estou aqui para falar de memórias, sexualidade/gênero, meu avô ou sobre filmes. Estou aqui simplesmente para falar sobre futebol e toda sua importância real na nossa sociedade.

Obrigado.